Já é um lugar comum dizer que o homem moderno tem a mais
entranhada desconfiança
com relação às verdades escritas no Evangelho e aceita, com a mais passiva
credulidade, o que vem publicado no jornal. Entretanto, ainda que tenha virado
lugar comum tal julgamento, não deixa de ser salutar uma tentativa de
aprofundá-lo, pois, muitas vezes, a verdade contida nos lugares comuns nos
passa despercebida.
Se hoje tudo o que vem da Igreja
é encarado, por pessoas supostamente cultas, com uma injustificada e
preconceituosa suspeita, para o comum dos humanos as matérias dos jornais
parecem caídas do céu. E com a maior "beatice" há quem tome pelos fatos
mesmos aquilo que não passa de uma versão jornalística, construída sabe-se lá
de que maneira e para atender a sabe-se lá quais interesses. Ainda que, no
geral e na teoria, haja quem reclame da mídia, no particular e na prática é
raríssimo encontrar quem veja as matérias jornalísticas com o indispensável
olhar crítico. A "fetichização" do jornal é o resultado correspondente da
alienação do leitor.
Esquece-se, ou melhor, oculta-se
que o jornal é feito por homens, com seus defeitos, vícios e interesses; que o
jornal é o produto de uma indústria que precisa dar lucro e está sujeita às
mesmas contingências que outra empresa qualquer. Aliás, pouco se comenta sobre
as dificuldades econômicas das empresas jornalísticas e como isso torna
vulnerável a sua imparcialidade e capacidade de informação, sujeitando-as a
pressões políticas e financeiras, dentro e fora do país.
Tudo isso avulta a grande importância e responsabilidade dos órgãos de
comunicação social católicos, como a Canção Nova. Neste sentido, não podemos
deixar de citar um trecho da emblemática e pioneira Pastoral Coletiva dos
Bispos do Brasil, de 19 de março de 1890: «Há, porém, uma forma de que
quiséramos ver-vos revestir hoje mais particularmente o vosso amor para com a
Igreja: quiséramos ver-vos todos empenhados na difusão da imprensa católica
como um meio de atalhar quanto possível os estragos da imprensa ímpia».
Fonte: www.cancaonova.com Autor: Rodrigo R. Pedroso
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