Hoje, 27,
celebramos o dia nacional da Bíblia, dedicado a despertar e promover entre os
fiéis o conhecimento e o amor dos Livros Sagrados, a Palavra de Deus escrita,
redigida sob a moção do Divino Espírito Santo, motivando-os para sua leitura
cotidiana, atenta e piedosa e, ao mesmo tempo, premunindo-os contra os erros
correntes com relação à Bíblia mal interpretada.
É de São Jerônimo, o grande tradutor dos Livros
Santos, a célebre frase: “Ignorar a Sagrada Escritura é ignorar o próprio
Cristo”. Portanto, o conhecimento e o amor às Escrituras decorrem do
conhecimento e do amor que todos devemos a Nosso Senhor.
O ponto central da Bíblia, convergência de todas as
profecias, é Jesus Cristo. O Antigo Testamento é preparação para a sua vinda e
o Novo, a realização do seu Reino. “O Novo estava latente no Antigo e o Antigo
se esclarece no Novo” (Santo Agostinho).
Dizemos que a Bíblia foi inspirada por Deus, que vem a ser assim o
seu autor principal, embora escrita por homens, por Deus movidos e assistidos
enquanto escreviam.
A Bíblia não é um livro só, mas um conjunto de 73 livros,
redigidos por autores diferentes em épocas, línguas e locais diversos, num
espaço de tempo de cerca de mil e quinhentos anos. Sua unidade se deve ao fato
de terem sido todos eles inspirados por Deus, seu autor principal e garantia da
sua inerrância.
É o livro sagrado por excelência, escrito para o nosso bem. “Toda
a Escritura é inspirada por Deus, e útil para ensinar, para repreender, para
corrigir e para formar na justiça. Por ela, o homem de Deus se torna perfeito,
capacitado para toda boa obra” (II Tim 3, 16-17).
Mas a Bíblia não é um livro de ciências humanas. Por isso a Igreja
Católica reprova a leitura fundamentalista da Bíblia, que teve sua origem na
época da Reforma Protestante e que pretende dar a ela uma interpretação literal
em todos os seus detalhes, o que não é correto.
Além disso, a Bíblia não é um livro fácil de ser lido e interpretado. São
Pedro, falando das Epístolas de São Paulo, nos diz que “nelas há algumas
passagens difíceis de entender, cujo sentido os espíritos ignorantes ou pouco
fortalecidos deturpam, para a sua própria ruína, como o fazem também com as
demais Escrituras” (II Ped 3, 16).
Por isso, o mesmo São Pedro nos adverte: “Sabei que nenhuma
profecia da Escritura é de interpretação pessoal. Porque jamais uma profecia
foi proferida por efeito de uma vontade humana. Homens inspirados pelo Espírito
Santo falaram da parte de Deus” (2Pd 1, 20-21). Assim, o ofício de
interpretar autenticamente a Palavra de Deus escrita (a Bíblia Sagrada) ou
transmitida oralmente (a Sagrada Tradição) foi confiado unicamente ao
Magistério vivo da Igreja, cuja autoridade se exerce em nome de Jesus Cristo,
que disse aos Apóstolos e seus sucessores “até a consumação dos séculos”: “Ide
e ensinai a todos os povos tudo o que vos ensinei... quem vos ouve a mim
ouve”. (Texto enviado por: Frei Paulo Cardoso)
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