As bases bíblicas do culto aos Santos estão desde o Antigo
Testamento.
Até o século
II a.C. os judeus acreditavam na existência do Hades ou Cheol e no
adormecimento da consciência dos defuntos num lugar subterrâneo, incapazes de
serem punidos ou contemplados. Mas a partir do século II a.C. esta concepção
foi abandonada pelo povo de Israel, passando a crer que a consciência dos
irmãos falecidos continuava lúcida e que eles vivem como membros do seu povo, e
solidários com os fiéis peregrinos na terra, e intercedendo por eles.
Pode-se ver
isto claramente, por exemplo, no texto de Macabeus (II Mac 15, 7-17). Vemos
nele que Jeremias, o profeta falecido no século VI a.C., aparece a judas
Macabeu no século II a.C., juntamente com o Sumo Sacerdote Onias (também já falecido),
como “o amigo de seus irmãos, aquele que muito ora pelo povo, pela cidade
santa, Jeremias, o profeta de Deus”.
Diz a “Bíblia
de Jerusalém” em nota de rodapé a 2Mc 15, 14: “Esse papel conferido a Jeremias
e a Onias é a primeira atestação da crença numa oração dos justos falecidos em
favor dos vivos”.
No Novo Testamento esta
consciência da intercessão dos santos é fortalecida. Na epístola aos Hebreus, o
autor recorda os justos do Antigo Testamento, e mostra a sua solidariedade com
os ainda vivos na terra. Ele imagina esses justos colocados num estádio como
que a torcer pelos irmãos ainda existentes neste mundo; constituem uma densa
nuvem de torcedores interessados. São testemunhas que nos acompanham nesta luta
de hoje:
“Portanto
também nós, com tal nuvem de testemunhas ao nosso redor, rejeitando todo fardo
e o pecado que nos envolve, corramos com perseverança para o certame que nos é
proposto” (Hb 12,1).
Os mortos não
estão dormindo Os protestantes em sua maioria ensinam que os mortos estão
“dormindo” e que somente na volta de Jesus haverá a ressurreição de todos;
portanto, para eles, não há ninguém no Céu ainda, mesmo que seja apenas com a
alma, como ensina a Igreja Católica. Ora, desde os primórdios da Igreja ela
acredita na imortalidade da alma, e que cada pessoa é julgada por Deus,
imediatamente após a morte, recebendo já o seu destino eterno. E isto é muito
claro nas Sagradas
A Carta aos
Hebreus diz claramente, “como está determinado que os homens morram uma só vez,
e logo em seguida vem o juízo” (Hb 9,27). Retirado do livro: “A Intercessão e o Culto dos Santos – Imagens e Relíquias”. Prof. Felipe Aquino. Ed. Cléofas.
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