No próximo
domingo iniciamos o tempo do Advento. Todos comentamos que o tempo está
passando rápido demais. Mas pode ser que nós temos feito coisas demais a ponto
de não saborear cada momento de nossa vida. Fato é que, de repente, nos
assustamos ao ver que o Natal novamente se aproxima. Enquanto o comércio só
pensa em “terminar bem o ano” batendo recordes de vendas, nós temos a
oportunidade de “começar bem o ano”, acolhendo Jesus em nosso meio. É por isso
o ano litúrgico começa com o Advento, para que nos preparemos bem para
acolhê-lo.
Um Natal nunca
pode ser igual aos outros, pois o menino Jesus sempre tem algo muito novo, uma
renovação interior, para trazer ao nosso coração.
O tema – Como
se preparar em família para o Natal – provocou em mim uma boa reflexão, me
fazendo pensar em nossa prática familiar nos anos anteriores e como poderíamos
aprofundá-la neste ano. A Igreja nos insere no contexto do Advento com as
leituras onde se destacam o apelo de João Batista, as profecias de Isaías e o
grande sim de Maria, mas também com a cor utilizada nas celebrações, as músicas
e a vivência da modéstia e silêncio, reservando para o dia de Natal nossa
expressão de alegria. Mas como levar esta preparação para dentro de nossas
casas?
Reconheço que não
é muito fácil viver o Advento fora da igreja, pois a época do ano nos oferece
“pratos cheios” para desviar nossa atenção, principalmente das famílias com
filhos em idade escolar. O encerramento do ano letivo, estudos de recuperação,
vestibulares, formaturas. Mas temos também as intermináveis compras de
presentes de lembrancinhas de Natal e, em nosso país, os preparativos para as
férias que acontecem em Janeiro.
Com o avanço
do Advento e quanto mais se aproxima o Natal, mais profunda deveria ser a nossa
reflexão e maior o tempo dedicado à preparação. Mas tem acontecido justamente o
contrário. O Natal vai chegando e nossa correria vai aumentando. Esquecemos
esse e aquele presentinho! E as dezenas de amigos ocultos? (nem sabíamos que
tínhamos tantos amigos!) Já ia me esquecendo da ceia, da comilança, da bebida.
A roupa? Não posso ir com a mesma roupa que fui no ano passado… Parece que
estamos correndo para desarmar uma bomba relógio. E onde entra o Advento e
Natal no meio dessa correria?
Caro amigo
leitor, já faz algum tempo que esse ritmo popular de “tempo de Natal” muito me
incomoda. Não aguento andar pelas ruas do centro, lotadas e com a Simone
cantando “Então é Natal, a festa cristã…”, onde de cristão não tem nada, pois
não passa de armação para nos sentirmos bem e comprarmos mais e mais.
Há alguns anos
decidimos viver o Natal de forma diferente e quero partilhar isso com você.
São coisas simples, porém desafiadoras, que temos feito contra a
“correnteza” para viver melhor o Natal como novena com as crianças, a questão
dos presentes, comemorações e amigos ocultos, tempo para os sacramentos (especialmente
a confissão), as reuniões de família no dia 24 e 25, a vigília e dia do Natal
etc. Como você vive estas questões em sua família? Estas atitudes, para minha
família, são também respostas para a vigilância que nos é proposta no primeiro
domingo do Advento: “Vigiai, portanto, porque não sabeis quando o dono da casa
vem: à tarde, à meia-noite, de madrugada ou ao amanhecer” (Mc 13,35). Texto: André Parreira (Fonte: cleofas.com.br)
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