Na exortação apostólica “Christifidelis laici” (Os fiéis leigos), após o Sínodo sobre os leigos, o Papa João Paulo deixou uma forte chamada neste sentido:
“Para animar cristãmente a ordem temporal... os fiéis leigos não podem absolutamente abdicar da participação na «política», ou seja, da múltipla e variada ação econômica, social, legislativa, administrativa e cultural, destinada a promover orgânica e institucionalmente o bem comum. Como repetidamente afirmaram os Padres sinodais, todos e cada um têm o direito e o dever de participar na política, embora em diversidade e complementaridade de formas, níveis, funções e responsabilidades. As acusações de ambição, idolatria de poder, egoísmo e corrupção que muitas vezes são dirigidas aos homens do governo, do parlamento, da classe dominante ou partido político, bem como a opinião muito difusa de que a política é um lugar de necessário perigo moral, não justificam minimamente nem o cepticismo nem a ausência dos cristãos pela coisa pública”. Para atuar na política você não tem necessariamente que ser candidato a um cargo público, mas tem que trabalhar pela eleição de pessoas honestas que estejam dispostas a defender o povo e não para fazer “lobby” para o político que o elegeu, nem para um empresa que bancou sua campanha, nem por um sindicato que pagou sua eleição... Infelizmente é nesta lógica que são eleitos a maioria. A Igreja tem uma proposta séria e cristã para a vida política e social das nações: a Doutrina Social da Igreja, desenvolvida por todos os Papas desde Leão XIII (1878-1903). O Catecismo da Igreja traz um resumo dela a partir do parágrafo 2419. Precisamos conhecer esta proposta da Igreja e aplica-la. Paulo VI dizia que “a Igreja é perita em humanidade”. Os descaminhos do mundo (nazismo, comunismo, etc.) aconteceram porque os papas da época não foram ouvidos. São os políticos que fazem nossas leis; e se o povo brasileiro, católico em sua maioria, é obrigado a obedecer leis não católicas, é culpa dele mesmo. Também muitos católicos que vão à santa Missa e estão nos grupos de oração dão os seus votos sem consciência, sem conhecer bem em quem estão votando, e muitas vezes até dando o seu voto a quem sabe que não merece, apenas porque lhe fez um favor. Isso é vender a consciência cristã, e Deus nos pedirá contas disso. Sabemos que sempre atrás de um corrupto existe um corruptor ou alguém que aceita a corrupção. Os católicos precisam meditar nisso e ensinar seus filhos, alunos, vizinhos, amigos, etc. a votar com a consciência esclarecida diante de Deus. O católicos que desperdiça seu voto, ou o vende, trai-se a si mesmo, prejudica a sociedade e ofende a Deus. O cristão não pode criar uma redoma em torno de si mesmo e fugir da Cidade; ele não deve ter medo de sujar as suas mãos na lama da má politica. Alguém já disse que “mesmo que alguém seja obrigado a conviver com as cobras, não é obrigado a se arrastar como elas”. Ou seja, o cristão não pode criar uma redoma à sua volta, retirando-se assim dos debates e da vida da Cidade.
Fotos: http://www.google.com.br
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