O ser
humano desenvolve ao longo da vida inúmeras barreiras emocionais para se
proteger do sofrimento. Nosso consciente aprende a administrar as emoções de
forma que elas fiquem contidas e sociáveis; algumas vezes, escondidas.
Sentimentos como tristeza, alegria, decepção, medo, raiva, amor e amizade fazem
parte de nossa intimidade, área à qual poucos têm acesso. E é aí que entram o
papel e o poder da arte! A beleza gerada pela
interpretação, pela música, pela dança e pelo teatro tem a capacidade de
atrair, de gerar emoção e, assim, atingir nosso íntimo. E
nesse ponto é importante que a apresentação seja boa tecnicamente. Se não há
beleza, a mensagem se perde por não ser atrativa e erra no primeiro degrau da
missão.
Para que a mensagem seja ouvida, o ouvinte tem de estar
atento, tem de ser “fisgado” pelo atrativo que lhe é apresentado. E, quando
isso acontece, algo fundamental ocorre: temos acesso à intimidade do outro.
Assim, alguém que nunca havia partilhado o sofrimento vivido com ninguém, ao
ouvir uma canção ungida, bela e emocionante chora e abre o coração.
Desse modo uma lembrança que havia sido enterrada e
esquecida volta à tona e faz com que os sentimentos se aflorem. Pronto! A arte
cumpriu seu primeiro papel de driblar nossas defesas emocionais e conseguir
chegar ao interior dos corações com sua beleza. Texto original em: musica.cancaonova.com
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