Esse culto manifestou-se pouco a pouco ao longo dos
séculos, segundo uma evolução especial. Nos primeiros séculos, estava inserido
nas festas que celebravam os mistérios de Jesus Cristo, porque foi justamente
d’Ele que Maria hauriu toda sua grandeza. Nisso não houve nenhuma preocupação
de interpretação errada de tipo pagão, como às vezes se escreveu; era, ao
contrário, cuidadosa atenção para não separar a proclamada obra da Mãe da do
Filho. Talvez tenham sido precisamente os pagãos, com Adriano, que tentaram
sufocar o culto e a doutrina judeu-cristã sobre Maria já delineada em seus
elementos fundamentais na primeira metade do século I. Maria esteve, portanto,
presente no culto litúrgico da Igreja primitiva, até porque, como ensina a
história, a teologia nasce da piedade e não ao contrário. Foram os títulos de
“primeira entre os crentes” e de “testemunha privilegiada do mistério de
Cristo” que justificaram e incrementaram o culto mariano.
Também o papel de intercessão junto ao Senhor, de
advogada, como a define Ireneu, nasceu bem cedo. No final do século I e início
do século II, alguns escritos apócrifos sobre Maria exerceram extraordinária
influência não só sobre o culto e sobre a devoção popular, mas também sobre a
pregação e sobre a arte religiosa.
A devoção a Maria fundamentou-se,
substancialmente, no modelo que ela ofereceu de vida de fé e de total abertura
ao dom e à ação do Espírito Santo. Desde o século IV, Maria é louvada como
magnífico modelo de vida virginal, entendida como sinônimo de santidade. Fonte: cleofas.com.br
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