Esse é o campo mais difícil e também o mais importante do nosso autoconhecimento, a fim de podermos retirar essas ervas daninhas da nossa alma. Eu conheço a minha soberba? Quanto mal esse pecado capital gera no mundo! Ele faz o homem ocupar o lugar de Deus e o resultado disse está bem claro aos nossos olhos.
“Toda dádiva boa e todo dom perfeito vêm de cima: descem do Pai das luzes” (Tg 1,17). O soberbo se esquece que é uma simples criatura, que saiu do nada pelo amor e chamado de Deus, e que, portanto, Dele depende em tudo. Como disse Santa Catarina de Sena, doutora da Igreja, nos “Diálogos”, o soberbo “rouba a glória de Deus”, pois quer para si as homenagens e os aplausos que pertencem só a Deus, já que Ele é o autor de toda graça.
São Paulo lembra aos coríntios que: “nossa capacidade vem de Deus” (2 Cor 3,5). Aos romanos ele disse: “Não façam de si próprios uma opinião maior do que convém, mas um conceito razoavelmente modesto.” (Rm 12,3)
“Não vos deixeis levar pelo gosto das grandezas; afeiçoai-vos com as coisas modestas. Não sejais sábios aos vossos próprios olhos.” (Rm 12,16)
Aos gálatas, Paulo diz: “Quem pensa ser alguma coisa, não sendo nada, engana-se a si mesmo.” (Gl 6, 3)
A soberba tem muitos filhos: orgulho, vaidade, vanglória, arrogância, prepotência, presunção, autossuficiência, amor próprio, exibicionismo, egocentrismo, egolatria, etc.
Jesus, disse: “Não busco a minha glória” (Jo 8,50). Os últimos serão os primeiros, e os primeiros serão os últimos.
São Paulo insistia no mesmo ponto: “É porventura, o favor dos homens que eu procuro, ou o de Deus? Por acaso tenho interesse em agradar os homens? Se quisesse ainda agradar aos homens, não seria servo de Deus.” (Gl 1,10)
E o Apóstolo pergunta aos coríntios: “O que há de superior em ti? Que possuis que não tenhas recebido? E, se o recebeste, porque te glorias, como se o não tivesses recebido?” (1 Cor 4,7).
O salmista rezava do fundo da alma: “Não a nós, Senhor, não a nós, mas ao vosso Nome dai glória”. (Sl 113, 9). Nunca a glória a nós mesmos; só a Deus.
Santa Teresa diz que: “Por meio da humildade o Senhor se deixa render a tudo quanto dele queremos”.
S. Pedro tem uma bela expressão: “Revesti-vos todos de humildade em vossas relações mútuas” (1 Pe 5,5).
São Francisco de Sales, doutor da Igreja, dizia que “suportar os desprezos é pedra de toque da humildade e da verdadeira virtude”. Ele ensinava que para se tornar humilde é preciso aceitar, humildemente, ser humilhado.
E ainda: “Muitas pessoas consentem em se humilhar, mas não querem ser humilhadas”.
Jesus e Maria foram os mais humildes porque vieram a este mundo para destruir a soberba de Adão e Eva; Jesus é o novo Adão que se humilhou fazendo-se homem, escravo, e aceitando ser obediente em tudo até a morte na cruz (cf. Fl 2, 7s);e Maria é a Virgem humilde que desatou o nó da desobediência e orgulho de Eva. Ela canta no “Magníficat”: “Ele olhou para a humildade de sua serva!”
A soberba perdeu o mundo, a humildade o salvou.
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